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2012 - Livro Vermelho 2013

Schultesia crenuliflora Mart. VU

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 13-02-2014

Criterio: B1ab(i,ii,iii)+2ab(i,ii,iii)

Avaliador: Raquel

Revisor: Luiz Santos

Analista(s) de Dados: Roberta Hering

Analista(s) SIG: Marcelo, Thiago

Especialista(s): Elsie Franklin Guimarães


Justificativa

Ervas endêmicas, ocorrem no estado da Bahia (Guimarães & Saavedra, 2013), nos municípios de Palmeiras, Barra da Estiva, Pico das Almas e Piatã (CNCFlora, 2013). Ocorre em Campos Rupestres (Guimarães, com. pess.) associados ao bioma Cerrado (Guimarães & Saavedra, 2013), bem como em área de transição com Caatinga (CNCFlora, 2013), em solos rochosos de excelente drenagem e não encharcados por longos períodos (Guimarães, com. pess.) e acima de 600 m de altitude. Tem EOO de 10.295 km², AOO de 88 km² e está sujeita a menos de 10 situações de ameaça considerando as localidades de ocorrência. A mineração (IBGE, 2013b), a proximidade de área comercial e industrial (IBGE, 2013c), a coleta para uso em ornamentação (Guimarães, com. pess.) e o turismo sem planejamento na área do Parque Nacional da Chapada Diamantina (MMA/ICMBio, 2007) representam ameaças do passado, presente e com possível expansão no futuro, que implicam o declínio contínuo da EOO, AOO e da qualidade do hábitat e a redução do número de indivíduos maduros.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Schultesia crenuliflora Mart.;

Família: Gentianaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita em Nov. Gen. Sp. Pl. (Martius) ii. 104. (IK). Martius, Nov. Gen. Sp. 2(2):104. 1827; G. Don, Gen. Hist., 4(2): 196. 1838; Grisebach, Gen. et Sp. Gent. 126. 1839; Grisenbach in A. De Candolle, Prodr. 9: 67. 1845; Progel in Martius, Fl. Bras.. 6(1): 204. 1865. Espécie muito próxima de S. bahiensis E.F.Guimarães & Fontella da qual se diferencia pelas folhas menores, coriáceas e espessas, forma do cálice, largura das lacínias e pelo comprimento das corolas e das anteras (Guimarães, com. pess.).

Distribuição

Espécie nativa e endêmica, presente na região Nordeste, na Bahia (Guimarães & Saavedra, 2013), em altitude acima de 600 m (Guimarães, com. pess.), e de 885 m em Palmeiras e 1.450 m no Pico das almas, ambos na Bahia (M.L. Guedes 746; R.M. Harley et al. 25806).

Ecologia

Apresenta-se no Cerrado (Guimarães & Saavedra, 2013), em Campos Rupestres (Guimarães, com. pess.), como erva, não hidrófita (M.L. Guedes 746; R.M. Harley et al. 25806), de 23 a 36 cm de altura, com folhas sésseis, semi-amplexicaules, adpressas, coriáceas e flores com corola infundibuliforme, amarelas com nervuras esverdeadas, pediceladas, de 3 a 3,5 cm de comprimento (Guimarães, com. pess.; 2002). Coleta indicando transição de Caatinga para Campo Rupestre (J. Paula-Souza et al. 6289). A espécie provavelmente possui germinação fácil, se seguir o padrão de outras espécies do gênero que germinam de sete a 19 dias (Guimarães, com. pess.). Mori; boom (1981) apud Guimarães (2002), em estudos botânicos das florestas úmidas, citaram a ocorrência de S. crenuliflora entre espécies de Irlbachia caerulesceus (Aubl.) Griseb. e S. pachyphylla Griseb nas áreas de campo rupestre, acima de 600 metros, com solos rochosos e vegetação semelhante a savana, rica em endemismos, e a ocorrência dessa espécie foi mencionada para solos com excelente drenagem, não encharcado por longos períodos (Elsie Franklin Guimarães, comunicação pessoal).

Reprodução

Encontrada com flores em fevereiro, junho e de agosto a setembro (Guimarães, com. pess.; 2002). Seu cálice alado funciona como facilitador do movimento da cápsula para disseminação das sementes (Guimarães, com. pess.).

Ameaças

3.2 Mining & quarrying
Incidência local
Severidade very high
Detalhes O povoamento do território de Piatã iniciou-se, na metade do Século XVII, por garimpeiros à procura de ouro e pedras preciosas, e com a descoberta das minas das serras da Tromba e Santana, atraiu grande número de garimpeiros, que ali se estabeleceram, assim como em rio de Contas (IBGE, 2013).

1.2 Commercial & industrial areas
Incidência local
Severidade high
Detalhes No início do Século XVIII, o arraial já contava com considerável número de habitantes e um comércio bastante desenvolvido, porém grande parte da população de Rio de Contas que havia fundado a cidade transferiu-se para Mucujê em busca de novas riquezas (IBGE, 2013).

1.3 Tourism & recreation areas
Incidência local
Severidade medium
Detalhes Rio de Contas (BA) é considerada um atual pólo ecoturístico da Bahia (IBGE, 2013).

Usos

Referências

- Guimarães, E.F.; Saavedra, M.M. 2013. Schultesia in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB25582>

- IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2013b. Cidades@ Piatã Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/cidadesat/xtras/pesqmun.php?pesqmun=piat%E3 >. Acesso em 24 de agosto de 2013.

- IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2013c. Cidades@ Rio das contas Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/cidadesat/xtras/pesqmun.php?pesqmun=rio+da >. Acesso em 24 de agosto de 2013.

- MMA/ICMBio. 2007. Plano de Manejo para o Parque Nacional da Chapada Diamantina – Versão Preliminar. Dsiponível em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/parna_chapada_diamantina.pdf>. Acesso em 24 de agosto de 2013.

Como citar

CNCFlora. Schultesia crenuliflora in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Schultesia crenuliflora>. Acesso em .


Última edição por Lucas Moulton em 24/11/2014 - 13:25:14